A diferença entre a intuição e a razão

Até quando o excesso de posicionamento nas redes sociais pode ser benéfico?


A intuição foi um dos principais objetos de estudo do francês Henri Bergson (1859–1941). Diferente do pensamento racional, as informações intuitivas surgem imediatamente como resultado da experiência, conectando-se às coisas numa visualização real sobre algo ou uma situação. Além de ancorar a referência do pensamento intuitivo a um elemento, ela também remete o pensamento racional ao mesmo.

Saber identificar essa voz pode ser confuso, uma vez que geralmente a confundimos com a razão, gerando dúvidas e incertezas acerca do que realmente ela se trata. Então, vou dar algumas dicas para você aprimorar a conexão com a sua intuição e atrair as melhores experiências para a sua vida.

  • O primeiro passo é se lembrar que o que nos leva às melhores soluções não é o raciocínio mental, mas sim as sensações emocionais e instintivas. É o seu sentir que mostra o melhor caminho a seguir nas situações e desafios.

  • O segundo é fazer a distinção entre a mente — que vive nos dizendo coisas; o conjunto de representatividade mental do nosso mundo, que precisamos equilibrar (sabe aqueles vídeos que a sua mente cria o dia todo? Aqueles “e se… ?” “será que… ?” É isso) — e a intuição — a nossa conexão real com o ser interior, nossa essência.

O uso do pensamento racional é útil e indispensável — ele pode ser representado como o centro da nossa individualidade (autoproteção, valorização, desejos pessoais, etc) e de armazenamento, em nossa memória, de coisas que vamos aprendendo ao longo da vida — , mas, quando não utilizado de forma disciplinada (autocontrolada), reproduzirá inúmeros julgamentos, comparações e sentimentos de inferioridade.

Ao colocar o pensamento racional como recurso único e exclusivo, você sempre estará cheio de dúvidas, medos e incertezas. Ele utiliza a memória para avaliar as piores experiências do passado e projetando-as para o futuro. O estado atual de grande parte das pessoas é dominado por ele, o que causa inúmeros pensamentos desregulados que consomem grande parte da nossa energia, e que podem gerar também uma série de outros distúrbios psicológicos, como ansiedade, baixa autoestima, depressão, etc.

Compreenda as interferências do ambiente externo

Precisamos identificar em nós o que é nosso e o que é do meio social. O que é seu: a sua verdade, o que você sente e acredita; o que é do meio social: as pressões externas, ou seja, o que os outros esperam de você. Se você compreender essa diferença, você irá começar a se ligar mais à sua intuição e, por consequência, se conectará cada vez mais consigo mesmo.

Mas como saberei diferenciar?

Você irá saber claramente quando você estiver sendo pressionado a tomar uma decisão que não é um problema seu. Um desconforto irá surgir e, nesse momento, você não precisará corresponder às expectativas do ambiente externo, pois saberá que está agindo contra o seu sentir. Assim, você começa a se desprender das coisas que impuseram sobre você, abrindo-se ao novo e entrando em um estado de fluidez.

Como tudo na vida, o aprimoramento dessa conexão também vem com a prática e a dedicação. Comece praticando o silêncio em alguns momentos do seu dia e distancie-se de algumas distrações externas como TV, Smartphone e PC. Essas pequenas mudanças vão te ajudar a ouvir mais a sua voz interior.

Desligar-se ao final do dia, lendo um livro e acalmando a mente, também ajuda muito a estabelecer a conexão com a sua intuição. Uma outra opção é aproveitar o final de semana para ir ao parque só observar, sem “fazer nada” e curtir o momento presente.