Pós-Quarentena: A Saúde Mental no Trabalho

Até quando o excesso de posicionamento nas redes sociais pode ser benéfico?


Após um longo período procurando se ajustar ao novo cenário de quarentena e à nova rotina de trabalho em casa, frente ao retorno gradativo às atividades presenciais, somos novamente compelidos a encontrar novas formas de se adaptar às novas regras e procedimentos rígidos.

Embora todas as empresas estejam cumprindo os protocolos de prevenção e proteção da saúde física, conforme as indicações do Ministério da Saúde e dos governos estaduais, é importante também destacar o cuidado com a saúde mental dos colaboradores.

O que a sua empresa está fazendo para a saúde mental dos colaboradores?

Este momento de adaptação a novos procedimentos de higiene e modos de se relacionar com colegas de trabalho, no qual há necessidade de constante monitoração de movimentos e o medo de contaminação (tanto de si mesmo, quanto de pessoas próximas), é um grande potencializador de estresse e ansiedade. Adiciona-se a isso possíveis quadros depressivos e ansiosos desenvolvidos durante o período de isolamento social, além de diversas perdas — desde a perda do direito de ir e vir até a perda de um ente querido.

Todos estes fatores são influências importantes no bem-estar e na produtividade do colaborador no trabalho.

Conforme discutimos no nosso e-book de Gestão Humanizada em Tempos de Pandemia, o bem-estar emocional está intrinsecamente ligado ao nível de produtividade no trabalho.

O investimento na saúde mental dos colaboradores é um investimento na produção da empresa.

Mas como identificar sintomas de estresse no trabalho e promover a saúde mental dos seus colaboradores? Siga algumas de nossas dicas.

Primeiro de tudo, o que é estresse?

Estresse é uma reação física do nosso organismo a situações novas que exigem adaptação.

Ele, portanto, não é necessariamente algo ruim, uma vez que permite a sobrevivência em situações inéditas; entretanto, torna-se um problema quando seus níveis estão acima do esperado por um tempo prolongado, sendo prejudiciais à saúde física e emocional e até mesmo podendo levar ao desenvolvimento de transtornos, como o burnout e transtornos de ansiedade.

O modelo RULER

Seguindo o modelo de Marc Brackett, RULER, o primeiro passo essencial para combater o estresse seria reconhecer (Recognize) este quadro, seguido da procura e compreensão (Understand) das possíveis causas dele e então buscar a nomenclatura (Label) adequada a ele. O quarto passo seria a expressão (Express) destes sentimentos.

Para este último, em especial, é necessário que haja espaço dentro das empresas onde essas conversas possam ocorrer e os colaboradores se sintam confortáveis e acolhidos em suas demandas emocionais.

Em termos de comportamento, podemos observar o estresse elevado em pessoas que estão constantemente em estado de alerta; relatam estarem cansadas o tempo inteiro e terem noites de sono ruins ou até mesmo insônia; dores musculares e de cabeça constantes; apresentam redução nos níveis de performance e produtividade; sentimentos negativos; entre outros.

O último passo do RULER inclui a regulação (Regulation) do estresse. Felizmente, existem diversas técnicas para aliviar a tensão causada pelo estresse e que podem ser divulgadas entre seus colaboradores, as quais são chamadas de respostas de relaxamento.

  • Técnicas de Respiração: a prática de respiração diafragmática controlada é uma ótima estratégia para reduzir os efeitos danosos do estresse e auxiliar na recuperação do foco;

  • Meditação e Mindfulness;

  • Incentivo à prática regular de exercícios físicos;

  • Relaxamento muscular progressivo: o objetivo dessa atividade é de contrair intencionalmente cada grupo muscular por vez, abrangendo o corpo inteiro; ao final, o corpo deve se sentir mais relaxado.

Em casos em que o estresse está acima do nível saudável, causando uma exaustão física e emocional, é recomendado a busca de profissionais da saúde para tratamento. Entretanto, neste nível, já há uma grande perda para ambos indivíduos e empresa, tanto em termos de capital humano quanto capital financeiro.

Cuide da saúde mental de seus colaboradores, prestando atenção em sinais que possam indicar problemas mais profundos. Ademais, invista em programas de saúde mental que tenham como meta a prevenção de doenças e a promoção de saúde e bem-estar emocional.